segunda-feira, 16 de maio de 2011

Seis

Sentirei falta da casa, dos amigos, do cachorro, da comida, das ruas e do calor. Sentirei saudade de tudo, pois tudo isso sempre foi meu e sempre sera meu. Meus sentimentos e pensamentos. Sentirei falta principalmente dos cinco, que comigo formam seis. Começamos devagar, saímos um ou duas vezes, conversamos levianamente, nem nos cumprimentava-nos. Mas alguma coisa deu errado no caminho da mesmice e nos tornamos mais do que colegas, mais do que parceiros, tornamos nos amigos. Não lembro quando, onde nem como foi, mas antes que pudêssemos impedir ou analisar havíamos sido unidos pela amizade. E as poucos ela foi crescendo, fazíamos coisas juntos, víamos os mesmo filme e seriados, gostávamos das mesmas coisas, brigávamos pelos motivos e íamos aos mesmos lugares. Planejamos viagens, imaginamos um mundo pós apocalíptico, nos transformamos em guerreiros medievais, passamos de ano e amamos.
E agora, neste ano é hora de fazer algo difícil. É hora dos seis se separarem. Passamos no vestibular, bem eu quase, e é hora de olhar para o futuro com uma nova cabeça. É hora de pensar na casa própria, no carro, na noiva, no noivo, no filho e em tudo aquilo que uma vida adulta significa. As responsabilidades já batendo a porta e a inocência da juventude dando um longo abraço de despedida.
Enfrentaremos o mundo, com a cabeça erguida e ,como uma sábia amiga disse, ao som dos grilos. Portanto gostaria de lhes agradecer, e talvez o sentimento possa ser reciproco, por alguns dos melhores anos da minha vida. Não tenho o dom da visão e por isso não posso dizer o que vai acontecer daqui para frente, mas tenho o dom de acreditar e acredito que continuaremos sendo ,assim como somos hoje, amigos.

Dedico esse texto aos cinco: A Julia, A Natasha, O Fernando, O Lucas e O Augusto.
Embora a turma só tenha aumentado, e passamos da “Escadinha” para outros lugares, sempre serão
Os Seis que formam meu nucelo.



P.S.: Texto velho que resolvi postar pois ainda acredito nas mesma coisa.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Crônica da Gentileza

Texto dedicado a Haru

Sentada no ponto de ônibus numa rotina imposta e decepcionante, e olhando vagamente para a paisagem meio desfocada, sinto meu peito vazio. É estranho perceber isso e notar, que a nem tanto tempo atrás eu estava sorrindo mas sabia que isso poderia acontecer. Se você está lendo e achando tá " mais uma adolescente putz revolts coma vida" tenho motivos vamos a lista :
-Vida amorosa -Fail( [ex]namorado em outro estado)
-Amigos-Fail( melhor amigo em outra cidade/outros amigos em outra cidade/melhor amiga em um estado não muito melhor que o seu)
-Família -Em mudanças( o que faz você ter que se dividir em mil)
-Profissão - FAIL( não passar no vestibular,depois de se esforçar realmente)
Pra quem não não está entendo muito para passar no vestibular de uma faculdade pública tem que se esforçar muito( oque da fato eu fiz, mas pareceu não ser o suficiente), e acabei sendo pressionada a fazer uma particular( isso quase sendo considerado uma derrota).
Assim me sentindo o último dos seres e me sentindo mal por isso- Tá isso ficou complexo né?-a questão é praticamente 10% da população brasileira tem acesso a ensino superior e eu estava tendo a oportunidade de estar nesse percentual,porém não no que eu desejava( Já no meu 3° colegial eu sempre ouvia palavras como "quem estuda de verdade, passa"/" A recompensa virá, aquarde") Então resumindo a complicação estava me sentindo mal, por estar num lugar aonde muita gente desejava estar e não tem condições,e me sentir uma derrotada que não quer estar lá.
Ai ouvi comentários como '' Você está numa faculdade deixa de frescuras” Mas era meu sonhos entrar em uma das faculdades em eu havia escolhido e lutado com afinco para isso, como não me sentiria derrotada depois de alcançar minha meta? Um professor de literatura que tive falava “ Nunca mecha com o sonho de alguém” É um fato os sonhos de uma pessoas são o que as fazem ir para frente e melhorar, pude não ter entrado entretando nunca imaginei que pudesse me empenhar tanto nos estudos como no meu 3° colegial.
Assim mesmo sabendo que sempre existe a chance de se reprovar eu acreditava naqueles ditos “ De que você será recompensado pelo seu esforço”, então comuma grande decepcião e sem nada para me apoiar pra ainda achar esperanças de que o mundo pode ser bom ( Vide lista de Fails acima), entrando no ônibus para me sentir sulfocada e vaga de novo na faculdade, procuro um lugar para sentar e vendo que não tinha lugar já estava para ficar de pé quando algo aconteceu :
Uma senhora já idosa com deficiência na perna sentada no banco para idosos se levantou para que eu pudesse me sentar ao seu lado. Fiquei simplesmente embasbacada, uma estranha que nunca tinha te visto ser tão gentil sendo ela bem mais necessitada do que você, foi realmente sem palavras. O percuso não tão longo ainda impressiona terminou e a senhora novamente se levantou e me deu passagem eu lhe segurei a mão antes de sair e desejei que ela ficasse com deus. Ainda me vem lacrimas com isso, pois pode parecer bobo mais foi isso que me fez perceber que está sendo idiota em perder a fé no mundo. Por que se até uma completa estranha pode ser gentil comigo, eu ainda posso ser feliz. Uma daquelas epifânias a lá Clarisse Lispector conta.
Alguns que leram devem estra me achando exagerada mas será que esses já se sentiram como que tendo chegado até o fim do poço descobrir que ainda tem um alçapão com passagem para baixo? Com quase ninguém paar te apoiar e os ques estão, não te levando a sério? E com uma grande decepção e um enorme vazio no peito? É difícil ter fé, mas aquela senhora sem nome de extrema gentileza e com atos tão simples me fez ver que mesmo que a luz seja de um vagalume ainda há luz.Na hora desejei que ela encontrasse a felicidade e toda vez que penso nela desejo que ela seja feliz, por que ela realmente me ajudou.
“Gentileza gera Gentileza” já dizia o poeta gentileza de São Paulo. A campanha dos 'abraços grátis' mandava essa mensagem que pequenos gestos podem ajudar uma pessoa como um abraço, mas também não só isso. E se você for muito tímido para sair abrançando os outros, abra a porta para alguém que está vindo abarrotado de coisas, dê Bom Dia, ofereça ajuda para carregar peso em escadas, gentilezas diárias a estranhos.
Isso me aconteceu a algum tempo, e hoje acabei conseguindo entrar mesmo que tardiamente na universidade em que queria, descobri que amigos longe não são o fim do mundo, que ter um ex-namorado não me arrancar o coração, que família é sempre família ela só se adapta as mudanças, mas para ver isso eu precisava ter alguma fé.
Por isso lanço essa proposta aos leitores deste texto “ Gentileza com estranho/ou nem tão estranhos assim”
Aos que me acharam melodrámatica ainda procuram seguir a proposta, aos que já se sentiram ou se sentem desse jeito que procurem ver e praticar esses atos bom.



“ Para quem está no fundo do poço, na escuridão total, um vaga-lume é um farol”